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Xingó produz espécie ameaçada

Sustentabilidade Publicado em 23/03/2016

​​Popularmente conhecida como Coroa-de-frade ou Cabeça-de-frade, o Melocactus sp (Cactaceae) é uma planta presente na América Latina, cujo centro de diversidade maior encontra-se no Brasil, especialmente na Bahia, com 18 táxons endêmicos de um total de 22 espécies e subespécies reconhecidas. Comum em regiões áridas e semiáridas, existem 11 espécies consideradas endêmicas, sendo 5 criticamente ameaçadas de extinção. Por sugestão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Chesf, por meio do Departamento de Meio Ambiente (DMA), está produzindo a planta  com sucesso no Viveiro Florestal de Xingó.

A viabilização da produção em escala no Viveiro Florestal foi iniciada em 2014 pela Fundação Apolonio Sales de Desenvolvimento Educacional (Fadurpe) e continuada pela empresa contratada Agrosig Engenharia e Meio Ambientea, partir de 2015, com intuito de gerar indivíduos novos para uso próprio nos projetos de recuperação executados no entorno do reservatório da Usina Hidrelétrica de Xingó. A produção também servirá para distribuição de unidades, na forma de doações, à população em geral e às entidades públicas e privadas que desenvolvem projetos afins na região, a exemplo do que é feito com outras espécies nativas da caatinga existentes naquele Viveiro.
 
Como resultado do trabalho, o Viveiro conta atualmente com 8.000 mudas de 2cm de diâmetro em fase de crescimento em recipiente apropriado, onde aguardam para alcançar as dimensões adequadas para plantio no campo. Outras 40.000 unidades com diâmetro de 0 a 1 cm aguardam alcançar o tamanho para replantio. Simultaneamente, são realizadas novas coletas de sementes e novas semeaduras com frequência semanal, no intuito de obter uma escala contínua de produção.

O procedimento de produção de Melocatus sp é considerado lento e delicado, que exige a realização de operações diárias de forma contínua, principalmente devido à elevada quantidade almejada na produção e as características biológicas da espécie. Espera-se que seja possível obter mudas em quantidade e qualidade adaptadas (tamanho) a campo no período de 2 a 3 anos, tendo estas unidades atingido um diâmetro entre 7cm a 10cm.